Exemplos De Elipse Figura De Linguagem, a elipse é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um ou mais termos numa frase, sem que haja prejuízo para a compreensão do sentido. Essa omissão pode ser intencional, visando a um efeito estilístico, como a concisão, a ênfase ou a ambiguidade, ou pode ser um recurso natural da linguagem, presente em diversas situações comunicativas.
A elipse é uma figura de linguagem muito utilizada em diferentes contextos, como na literatura, na música, na comunicação informal e até mesmo na linguagem jurídica. Através da omissão de elementos, a elipse confere à linguagem um caráter mais conciso, dinâmico e expressivo.
Introdução à Elipse
A elipse é uma figura de linguagem que consiste na omissão de um ou mais termos numa frase, deixando que o contexto e a inteligência do leitor/ouvinte completem o sentido. A elipse é um recurso estilístico que confere concisão, dinamismo e expressividade à linguagem.
A elipse é frequentemente utilizada para tornar a linguagem mais direta, evitando repetições e redundâncias. Além disso, pode ser utilizada para criar um efeito de suspense, mistério ou humor, deixando que o leitor/ouvinte preencha as lacunas e participe ativamente da construção do sentido.
Exemplos de Elipse
A elipse é uma figura de linguagem presente em diversas áreas da comunicação, como a literatura, a música e a comunicação informal.
- Literatura:
- Em O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, a personagem do Diabo, ao perguntar a um fidalgo se ele quer ir para o inferno, diz: “E tu, quem és? Para onde vais?” (omitindo o verbo “ir” na segunda frase).
- Em Dom Casmurro, Machado de Assis escreve: “Não lhe falei mais, e ela também não. O silêncio era um muro, e a noite, um jardim. (omitindo o verbo “falar” na segunda frase).
- Música:
- Na canção “O Sol”, de Jota Quest, a frase “O sol, a lua, o mar, a areia, o céu, a gente…” (omitindo o verbo “ver” e o complemento “tudo isso”) evoca a beleza da natureza e a sensação de liberdade.
- Na música “Epitaph”, da banda King Crimson, a frase “In the court of the crimson king” (omitindo o verbo “is” e o sujeito “he”) cria uma atmosfera de mistério e suspense.
- Comunicação Informal:
- Em conversas cotidianas, é comum omitir termos que podem ser facilmente deduzidos pelo contexto. Por exemplo, ao dizer “Preciso de um café”, estamos omitindo o verbo “tomar” (omitindo o verbo “tomar”).
- Frases como “Vou ao cinema” (omitindo o verbo “ir”) e “Já almocei” (omitindo o verbo “comer”) são exemplos de elipse frequentes na linguagem informal.
Efeitos da Elipse na Construção de Sentido
A elipse pode gerar diferentes efeitos na construção de sentido e na percepção do leitor/ouvinte.
- Concisão e Dinamismo:A elipse contribui para a concisão e o dinamismo da linguagem, evitando repetições e tornando a comunicação mais direta e eficiente.
- Expressividade:A elipse pode conferir expressividade à linguagem, realçando a emoção, o suspense ou o humor da frase.
- Participação do Leitor/Ouvinte:A elipse exige que o leitor/ouvinte preencha as lacunas e participe ativamente da construção do sentido, tornando a leitura/audição mais interativa e envolvente.
Tipos de Elipse: Exemplos De Elipse Figura De Linguagem
A elipse, como figura de linguagem, pode se manifestar de diferentes formas, dependendo da parte da frase que é omitida. A classificação da elipse em tipos auxilia na compreensão da sua função e efeito no discurso.
Elipse Verbal
A elipse verbal ocorre quando o verbo é omitido na frase, sendo subentendido pelo contexto. Essa omissão é comum em frases curtas, em que o verbo é facilmente inferido pela estrutura da frase.
Exemplo: “Eu _ café, você _ chá.” (O verbo “tomo” é omitido em ambas as orações, mas o contexto permite a sua compreensão.)
Elipse Nominal
Na elipse nominal, o termo omitido é um substantivo ou um pronome. A elipse nominal é frequentemente utilizada para evitar repetições e tornar a frase mais concisa.
Exemplo: “Comprei um carro novo. _ é vermelho.” (O substantivo “O carro” é omitido na segunda frase, mas o contexto permite a sua identificação.)
Elipse Oracional
A elipse oracional ocorre quando uma oração inteira é omitida, sendo apenas subentendida. Esse tipo de elipse é comum em frases que expressam uma resposta a uma pergunta ou que continuam um diálogo.
Exemplo: “Você vai ao cinema? _.” (A oração “Eu vou” é omitida, mas o contexto permite a sua compreensão.)
Exemplos de Elipse na Literatura
A elipse, como figura de linguagem, é uma ferramenta poderosa que escritores usam para criar efeitos estilísticos e transmitir mensagens de forma concisa e impactante. A omissão de termos gramaticais, como verbos, substantivos ou adjuntos, cria um ritmo singular e convida o leitor a completar as lacunas, participando ativamente da construção do significado.
Exemplos de Elipse na Literatura
A elipse é frequentemente utilizada em obras literárias de diferentes períodos e autores, com o objetivo de intensificar a expressividade, a concisão e a construção de imagens poéticas.
Autor | Obra | Trecho com Elipse | Análise da Função da Elipse |
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Machado de Assis | Dom Casmurro | “Era um dia de sol. As janelas abertas, o cheiro do café. Capitu na sala.” | A elipse do verbo “estava” e do adjunto adverbial “sentada” intensifica a imagem da personagem, transmitindo a sensação de presença e proximidade. |
Carlos Drummond de Andrade | “No meio do caminho” | “No meio do caminho / tinha uma pedra / tinha uma pedra / no meio do caminho.” | A repetição da frase “tinha uma pedra”, com a elipse do verbo “havia”, intensifica a sensação de obstáculo e o caráter existencial do poema. |
Fernando Pessoa | “O Guardador de Rebanhos” | “O que é que há? / O que é que há? / O que é que há, ó meu Deus, / Que eu não entendo nada?” | A elipse do sujeito “Eu” na primeira e segunda frases, seguida da pergunta “O que é que há?”, cria um tom de interrogação existencial e intensifica o questionamento do eu lírico. |
Cecília Meireles | “Motivo” | “Eu canto porque o instante existe / E a minha vida, em cada instante, é nova. / Eu canto porque a vida é um instante / E o instante que passa, a vida renova.” | A elipse do verbo “é” e do sujeito “o instante” na segunda e quarta frases, cria um ritmo poético e enfatiza a relação entre o instante e a vida, que se renovam constantemente. |
A elipse, como figura de linguagem, oferece uma ferramenta poderosa para a construção de sentidos e a criação de efeitos estilísticos. Seu uso estratégico em diferentes contextos permite que a linguagem se torne mais concisa, expressiva e até mesmo ambígua, contribuindo para a construção de obras literárias, musicais e outras formas de comunicação.
Ao analisar os exemplos de elipse e seus efeitos, podemos compreender melhor a riqueza e a complexidade da linguagem, e como ela se adapta a diferentes situações e propósitos.